quarta-feira, outubro 12, 2005

A próstata do Mário

Terminado o anúncio da sua candidatura, com um discurso enumeratório dos lugares que ocupou desde 0 25 de Abril e com um chorrilho de elogios à sua própria pessoa, Mário apanhou um avião e foi espalhar a notícia ao país irmão. Ainda e só como candidato começou logo a viajar. A sua paixão pelas viagens ainda não arrefeceu. Se a eleição lhe for favorável é mais que provável que tenhamos um presidente ausente. Em terras brasileiras andou a dizer às pessoas "Sou candidato a presidente. Sou candidato a presidente" e entre abraços e beijos de felicitações deu uma conferência de imprensa onde pôs a nu o seu "boletim de saúde". Revelou então que estava de perfeita saúde e que nunca tinha tido um AVC nem outra coisa do género nem tem problemas na próstata. Felizmente para ele. Já agora e porque a conversa de um candidato à presidência portuguesa chegou a este ponto o Mário podia também ter informado o mundo inteiro se sofre ou não de disfunção eréctil e se é sexualmente activo. Está provado que o povo gosta de saber destas coisas e assim sendo o Mário podia angariar votos falando destes temas.
O Mário cometeu um grande erro quanto à localização destas intervenções. No Brasil podia ter enchido os ouvidos dos brasileiros com discursos sobre os cargos políticos que ocupou e deixar para nós o melhor desta história, confessando, no recanto do nosso país, no momento da candidatura, que não tinha problemas de próstata. Para nós bastava! Melhor ainda: podia falar apenas da sua próstata e deixar a candidatura de lado. Pensando bem, um homem que se candidata contra a depressão do país mas que faz comédia noutro, que dá o melhor espectáculo fora de portas, não é certamente um bom candidato!